Fabbi Maturio
Allenatore, oriundo italo-brasiliano. Nato a San Paolo (Brasile), l'11 dicembre 1894. Il cognome è a volte riportato come Fabi, il nome come Matturio. La famiglia proviene da Parma località dove è nato il fratello Luigi, più vecchio di 4 anni.
Inizia a giocare con il Corinthians per poi passare nel 1915, unitamente al fratello Luigi, alla Palestra Italia di San Paolo (oggi Palmeiras) dove milita fino al 1925, anno in cui cessa l'attività.
Nel 1928 diventa allenatore dell'altra Palestra Italia, quella di Belo Horizonte (oggi Cruzeiro) che guida fino al 1932.
Nel 1932 segue il tecnico Barbuy nella sua esperienza nella Lazio. Oltre a collaborare con il tecnico assume temporaneamente il ruolo di allenatore della squadra riserve (che guida per 8 partite) e di quelle giovanili.
Tornato in Brasile guida nuovamente la Palestra Italia BH dal 1932 al 1935, la Selezione Mineira nel biennio 1935/36, la Palestra Italia SP nella stagione 1936/37, l'America Mineiro nel 1937 e nuovamente la Palestra Italia BH nel 1938/39.
E' l'allentore con il maggior numero di panchine (201) con la squadra brasiliana di Belo Horizonte.
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“Futebol é treino e a lei básica do association nunca é desmentida”. Com essa filosofia, Matturi Fabbi revolucionou o futebol mineiro no final dos anos 20. Hoje, parece óbvio, mas naqueles tempos de semi-profissionalismo, não. Fazia pouco tempo que as funções de atleta e cartola começaram a se diferenciar e que os jogadores passaram a obter vantagens financeiras, na forma de gratificações ou de empregos, para se dedicar o clube.
No Rio, o Vasco, havia iniciado a revolução profissionalista no Campeonato Carioca de 23. Com seus jogadores negros, que passavam o dia todo treinando, o time não encontrava grande resistência nos adversários, recheados de rapazes da aristocracia que davam mais importância aos estudos e às profissões que exerciam. No final das contas, mal preparados física e taticamente eles dispunham apenas do talento individual para enfrentar os bem treinados vascaínos.
Em Minas, Atlético e América, com equipes repletas de craques de famílias ricas, dominaram o campeonato de 27. O Trio Maldito – Said, Jairo e Mário de Castro – garantiu o título do Atlético. Para tristeza dos italianos, o Palestra não conseguiu vencer um só clássico.
O mau desempenho do time provocou uma revisão de conceitos dos dirigentes palestrinos. E foi isto que os fez buscar Matturi Fabbi para remontar, sob novos conceitos, o time periquito. No currículo do novo treinador, constava longa carreira como left-half do Palestra paulista (1917 a 1926) e da Seleção Paulista (1918 a 1921). Esta experiência em canchas de centros mais avançados viria a revolucionar o futebol paroquial da jovem capital mineira.
Em pouco tempo Matturi impôs sua filosofia de trabalho em Belo Horizonte: horários rígidos para treinos, disciplina tática e respeito ao adversário. Sempre que preciso, convocava os atletas para treinar, pelos jornais. E mandava reconhecer firmas para evitar duplas inscrições uma praga que assolou o futebol com a introdução do profissionalismo. E o mais importante: definido o grupo de jogadores, mantinha sempre a mesma escalação para tirar todo proveito do entrosamento do time.
Os resultados foram espantosos. De imediato, ele deu ao Palestra o tricampeonato da cidade perdendo apenas um jogo nos três temporadas. Seu time era imbatível. O Trio Maldito atleticano simplesmente não conseguia jogar contra o Palestra. Continuava dando o que falar, mas apenas em jogos contra os outros times, jamais contra os periquitos da Avenida Paraopeba.
Outra inovação de Matturi foi armar times de bom porte físico. Seus beques eram altos e fortes; no ataque, havia pelo menos um tank para suportar o jogo bruto das defesas adversárias. Baixinhos como Carazo, Piorra e Armandinho, jogavam nas pontas ou na armação.
Em 1932, Fabbi foi treinar a Lazio. Numa época em que os times brasileiros sonhavam com técnicos estrangeiros, ele foi o responsável por oito categorias do time romano. Voltou em 1933 defendendo a tese de que o cálcio era, na verdade, uma variante do football association, tantas eram as diferenças entre os dois estilos.
No cálcio, prevalecia a disciplina tática, a força física e a disposição para buscar a vitória a qualquer preço. E sempre até o final do jogo, como exigiam as multidões que freqüentavam os estádios. Na Itália, não havia espaço para jogadores sem fibra, nem para estilistas puros.
Foi o que ele tentou implantar no Palestra, em seu segundo período à frente do elenco, entre 1933 e 1936. O time estava enfraquecido. Com o profissionalismo, cessaram as contribuições dos italianos ricos e o clube não investia na contratação de jogadores consagrados e nem mesmo de revelações dos times menores. Fabbi teve que trabalhar com jogadores de várzea e juvenis.
Seu grande mérito nessa segunda passagem pelo clube foi o de manter o time respeitado pelos adversários. Com equipes bem melhores, Atlético e Villa Nova sofriam na mão do time guerreiro do Palestra, como o Estado de Minas, contou, depois de um clássico em 1934: » “Ainda hontem o placar anunciava no final, os 2×1 a favor do bando verde. Os palestrinos jogaram bem e mereceram a victoria. Todos foram uns grandes esforçados que contribuíram para o tão desejado triumpho. Enquanto no Athletico adopta-se as jogadas de per si, sem arremessos à meta, sem acções de desembaraço, padrão esse que vem sendo de há muito adoptado pelo grande clube, o Palestra procura sempre anniquillar o adversário com o tiro no arco. Sem shoots em goal não se conquista pontos. O Palestra sabe bem disso e sua vanguarda age com desembaraço dentro da grande área, onde todos encontram brechas para empurrar o balão para os paus..”
Além de treinos e disciplina tática, Matturi exigia também respeito ao adversário, outra novidade naqueles tempos. E, pelo menos uma vez, demonstrou isso de forma crua. Num final de jogo em que o Palestra perdia para o América, o zagueiro Mundico chutou o atacante Dutra. Matturi invadiu o campo e, em altos brados, repreendeu seu jogador. Queria um time valente, nunca desleal.
Em 1937, ele se transferiu para o América que despertava de um torpor de dez anos montando um time para campeonar. Não conseguindo impor seu estilo, Matturi voltou ao Palestra em 1938. Em agosto, contudo, vencido pelo cansaço e por uma doença não revelada, ele deixou o clube, após o 2×2 contra o Sete de Setembro, no Barro Preto, pelo campeonato. No mesmo dia, seu discípulo, Italo Fratezzi, o Bengala, abandonava as canchas e assumia a direção técnica da equipe.
Ao todo, Matturi, Matturio, Maturio, dependendo do jornal ou do jornalista que escrevia a matéria, comandou o time periquito em 9 temporadas e 190 jogos, dos quais venceu 105, empatou 29 e perdeu 56.
Na carta de despedida, ele revelou todo seu amor pela instituição:
“Exmo sr, dr. Oswaldo Pinto Coelho,
dd presidente do S S Palestra Itália.
Saudações e apreços.
Achando-me adoentado e a conselho médico, necessito repouso physico para o meu treinamento, razão pela qual venho solicitar-lhe demissão do lugar de téchinico dessa sociedade.
Creia, sr. presidente, que faço sobremaneira constrangido, pois durante o tempo que desempenhei as funcções de preparador da equipe profissional desta gloriosa sociedade, recebi sempre as maiores provas de confiança e apreço de todos os directores e desfructei, sempre, com o que muito me honra, da amizade de todos os bons palestrinos.
Deixo o nosso querido Palestra por motivo alheio, conforme declarei, a minha vontade e quero, mais uma vez, deixar aqui os meus melhores agradecimentos a todos os directores, por tudo o que por mim fizeram fazendo votos pela felicidade de cada um, e de prosperidade para o nosso sempre glorioso Palestra.
Assim sendo, sr. presidente, espero ser atendido no meu pedido e, creia-me, serei sempre amigo e admirador.”
Maturio Fabbi